sexta-feira, 19 de junho de 2020

Exercício de análise sintática

Um dos assuntos que mais amo é análise sintática, por isso escolhi duas frases para analisar. Vamos lá?

Frase 1

Os jogadores jogaram a partida contra o time da casa.

Qual o sujeito? Os jogadores.

Qual o núcleo do sujeito? Jogadores.

Qual predicado (o que se diz do sujeito)? Jogaram a partida contra o time da casa.

Qual o núcleo do predicado? Jogaram.

Como classificamos o verbo da oração? Jogaram, verbo transitivo direto.

Qual o objeto direto? A partida contra o time da casa.

Qual o núcleo do objeto? Partida.

Como classificamos contra o time da casa? Adjunto adnominal de partida. 

Frase 2

O réu compareceu perante o juiz para ouvir a sentença.

Qual o sujeito? O réu.

Qual o núcleo do sujeito? Réu.

Qual predicado (o que se diz do sujeito)? Compareceu perante o juiz para ouvir a sentença.

Qual o núcleo do predicado? Compareceu.

Como classificamos o verbo da oração? Compareceu, verbo intransitivo neste contexto.

Como classificamos perante o juiz? Adjunto adverbial de lugar (compareceu onde, em que lugar?).

Como classificamos para ouvir a sentença? Adjunto adverbial de finalidade (compareceu para/com a finalidade de). 

Gostou da dica?  

Caso tenha dúvida ou sugestão, deixe nos comentários.

Abraço.

Sol


quinta-feira, 18 de junho de 2020

Resposta ao exercício – Usos do porquê

Agora vamos ao exercício corrigido:

a) José não revelou por que não compareceu ao escritório.

b) Os noivos estavam felizes porque o dia do casamento havia chegado.

c) Eis o porquê da minha visita.

d) Marcos não veio porque estava ocupado.

e) Porque houve um engarrafamento, o menino chegou atrasado.

f) Não sabíamos o porquê de tanta alegria.

g) Você não compareceu ao trabalho por quê?

h) Os caminhos por que percorremos são valiosos.

i) Por que você não faz a prova?

j) Voltamos porque estava tarde.

k) Por que Mariana não fez a pizza?

l) Mariana não fez a pizza por quê?

m) Eu imagino o porquê dessa alegria.


Espero que tenha gostado deste conteúdo. 

quarta-feira, 17 de junho de 2020

Exercício – Usos do porquê

Vamos colocar em prática as regras vistas na postagem anterior?

Preencha as lacunas com por que, porque, por quê ou porquê:

a) José não revelou ________ não compareceu ao escritório.

b) Os noivos estavam felizes ________ o dia do casamento havia chegado.

c) Eis o _________ da minha visita.

d) Marcos não veio _________ estava ocupado.

e) ________ houve um engarrafamento, o menino chegou atrasado.

f) Não sabíamos o ________ de tanta alegria.

g) Você não compareceu ao trabalho _________?

h) Os caminhos _________ percorremos são valiosos.

i) __________ você não faz a prova?

j) Voltamos _________ estava tarde.

k) __________ Mariana não fez a pizza?

l) Mariana não fez a pizza ________?

m) Eu imagino o ________ dessa alegria.

A resposta deste exercício será publicada na próxima postagem.


Espero que tenha gostado deste conteúdo. 

terça-feira, 16 de junho de 2020

Por que tanto tormento? Não aprende os usos do porquê por quê?

Uma das coisas mais simples da vida, mas que as pessoas costumam complicar, é o uso do porquê. Veja:

Por que (separado) = razão ou motivo; pelo qual, pela qual, pelos quais, pelas quais.

Por que você não veio ontem? = Por que (razão) você não veio ontem? Por que (motivo) você não veio ontem?

Por que as pessoas ainda não entraram? = Por que (razão) as pessoas ainda não entraram? Por que (motivo) as pessoas ainda não entraram?

Eu gostaria de saber por que você agiu assim. = ... por que (motivo) você agiu assim.

Só eu sei as esquinas por que passei. = pelas quais passei

Porque (junto) = indica causa, motivo, justificativa ou explicação

Eu não fiz a atividade porque não tive tempo.

Será que Maria ficou triste porque eu não apareci na festa?

Eu gosto de morar em Petrópolis porque lá faz frio quase o ano inteiro.

Por quê (separado com acento) = é o mesmo por que (separado) quando vem antes de um sinal de pontuação.

Você não foi à escola por quê?

Porquê (junto com acento) = vem depois do artigo O e significa “o motivo, a razão”

Cláudia não me disse o porquê de tamanha alegria. = o motivo de tamanha alegria

Não entendo os seus porquês, Maria. = as suas razões, os seus motivos


Viu como é fácil? Espero que tenha gostado deste conteúdo.  

segunda-feira, 15 de junho de 2020

Precisam-se de estagiários?

Não. Precisa-se de estagiários.

Neste caso, estagiários é complemento do verbo precisar. Note que estagiários se liga ao verbo por meio da preposição de. Portanto, não pode ser sujeito da oração, pois não existe sujeito regido de preposição. Neste caso, o se é uma partícula de indeterminação do jeito = alguém (se) precisa de estagiários.

Veja outros exemplos:

Não se necessita mais desses documentos.

É necessário que se recorra a outros meios.

Não se acredita mais naquelas notícias.

É preciso que se façam pesquisas quando se trata de figuras políticas.


Espero que tenha gostado da dica.  


sábado, 13 de junho de 2020

Exercício de revisão de texto



No texto da imagem, encontramos alguns exemplos que discordam da nossa querida gramática. Esse texto foi publicado em uma página no Facebook e, como tem muitos exemplos, veio para o nosso laboratório de revisão (risos).

Vamos à revisão, atento leitor.

Primeiro transcreverei o texto já revisado; depois explicarei cada ponto, exceto as abreviações. 

“URGENTE: A Fiocruz acaba de soltar uma nota informando que o vírus chinês está no Brasil desde janeiro e que no mesmo mês houve vários óbitos pela Covid-19. Ou seja, o Carnaval foi a porta que disseminou o vírus no país! Os governadores e prefeitos têm que ser responsabilizados!” 

Agora explicando, os pontos revisados foram:

Desde de = desde e de são preposições, não podem vir juntas. É importante falar da origem da preposição desde: ela vem do latim ex de, expressão que indica o ponto do qual se inicia algo. Ou seja, desde já contém em si a preposição de. Portanto, desde de, além de redundante, é ilógico.  

Houve = o verbo haver no sentido de existir não varia porque não tem sujeito.

...informando que o vírus chinês está no Brasil desde janeiro e que... = aqui eu retirei a vírgula porque ela não está bem empregada, uma vez que separa o segundo complemento de “informando”: informando que o vírus chinês está no Brasil desde janeiro e que...

Vários óbitos = concordância.

Os governadores e prefeitos têm que... = o verbo ter no plural recebe acento circunflexo.

Espero que tenha gostado deste exercício.  

sexta-feira, 12 de junho de 2020

Mas quem é mesmo essa tal de preposição?

Quando abordamos a crase, falamos muito em preposição, mas não dissemos quem ela é.

Como o próprio nome já revela, a preposição é uma palavra que vem antes de outra (pré+posição) e serve para ligar termos dentro de uma frase. Ela não varia (não tem concordância com os termos a que se liga).

As preposições essenciais são: a, ante, até, após, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás.

Não devemos nos preocupar em decorar essas palavrinhas, apenas entender sua função na frase. Veja:

Os investidores corriam contra o tempo.

O aluno compareceu perante a diretoria para se justificar.

Os alunos estudaram para a prova de inglês. 

Os amigos de José chegaram à festa. (a+a)

Maria falava com firmeza entre a multidão.


Espero que tenha gostado.

quinta-feira, 11 de junho de 2020

Procura-se biólogos?

Não. Procuram-se biólogos.

Por quê? Porque, dentro da frase, biólogos funciona como sujeito. E o sujeito (aquele de quem se diz algo) tem que concordar sempre com o seu verbo.

A dificuldade aqui é porque o verbo está na voz passiva, aquela em que o sujeito sofre a ação, mas ainda assim continua sendo o sujeito. E o “se” é uma partícula que substitui o agente da passiva (quem está contratando biólogos).

Na voz ativa a frase fica assim:

Biólogos são procurados.

A frase não diz quem está procurando, daí o uso do “se”.

A regra é simples:

Verbo transitivo direto (VTD) + se + nome/sujeito = o verbo concorda com o nome/sujeito. Veja:

Vendem-se roupas usadas. (Roupas usadas são vendidas.)

Compram-se moedas antigas. (Moedas antigas são compradas.)

Escolhem-se maridos inteligentes. (Maridos inteligentes são escolhidos.)

Contrata-se babá. (Babá é contratada.) = Note que babá está no singular, portanto, o verbo continua no singular.

Ah, você pode dizer, mas em Precisa-se de secretárias o verbo está no singular.

E eu lhe digo que essa é outra regra, que será tratada mais à frente.


Espero que tenha gostado.

quarta-feira, 10 de junho de 2020

Perda cinco quilos em uma semana?

Definitivamente não!

Perca 5 quilos em uma semana.

Geralmente as pessoas confundem perda (substantivo, precedido de artigo) com perca (verbo perder). Entenda:

A perda de peso ocorre por diversos fatores. (substantivo)

Perca dez centímetros de cintura em um mês. (verbo perder)

Não perca seu tempo me enviando mensagens sem sentido. (verbo perder)

Sua ausência era uma grande perda para o coração dele. (substantivo)


Espero que tenha gostado da dica.

terça-feira, 9 de junho de 2020

Não se basei no cedo ou tarde...

Na frase “Não se basei no cedo ou tarde demais para ser a melhor versão de si mesmo”, há algo que não soa bem, caríssimo leitor. É a conjugação do verbo basear(se).

Esse verbo, assim como os outros terminados em EAR, recebe um i depois do e nas formas rizotônicas (quando a sílaba mais forte cai fora da raiz do verbo) – eu, tu, ele e eles do presente do indicativo e do presente do subjuntivo.

Presente do indicativo: eu baseio, tu baseias, ele baseia, nós baseamos, vós baseais, eles baseiam.

Presente do subjuntivo: que eu baseie, tu baseies, ele baseie, nós baseemos, vós baseeis, eles baseiem.

No imperativo, segue a mesma regra: baseia (tu), baseie (você), baseemos (nós), baseai (vós), baseiem (vocês); não baseies (tu), não baseie (você), não baseemos (nós), não baseeis (vós), não baseiem (vocês).

Portanto:

“Não se baseie no cedo ou tarde demais para ser a melhor versão de si mesmo”.

Na dúvida, utilize como modelo a conjugação do verbo PASSEAR, que é mais comum.

Espero que tenha gostado da dica.

segunda-feira, 8 de junho de 2020

Não tenha pressa, mais tenha rumo?

De jeito nenhum.

Não tenha pressa, mas tenha rumo.

Essa confusão entre mais e mas é comum. Mas vamos explicar aqui para você não errar mais. Observou o trocadilho?

Mais (com i) indica quantidade:

Eu quero mais suco.

Gosto mais de tangerina que de limão.

As pessoas sempre estão colhendo mais do mesmo.

Mas (sem i) indica adversidade e tem o mesmo sentido de porém. Está na dúvida entre usar um ou outro? Troque o mais/mas por porém. Se fizer sentido, a palavra a ser usada é mas, sem i. Veja:

Não tenha pressa, mas tenha rumo.

Não tenha pressa, porém tenha rumo.

Mariquinha chegou atrasada, mas os portões da escola ainda estavam abertos.

Mariquinha chegou atrasada, porém os portões da escola ainda estavam abertos.

Joca correu muito, mas não conseguiu pegar o ônibus.

Joca correu muito, porém não conseguiu pegar o ônibus.

Agora compare:

Eu quero mais suco.

Eu quero porém suco. (aqui muda o sentido da frase)

Gosto mais de tangerina que de limão.

Gosto porém de tangerina que de limão. (?)

As pessoas sempre estão colhendo mais do mesmo.

As pessoas sempre estão colhendo porém do mesmo. (?)

Perceba que não tem sentido substituir o mais por porém porque essas palavrinhas têm sentido diferente.

Agora você não erra mais quando for usar mais e mas.

Espero que tenha gostado da dica.

quinta-feira, 4 de junho de 2020

Crase sem firulas (exercício de fixação)

Complete as lacunas nos textos a seguir usando A(S) ou À(S). 

a) O diretor dirigiu-se ___ sua sala e começou ___ falar ___ todos os presentes.

b) João sentou-se ___ máquina e pôs-se ___ reescrever uma ___ uma as páginas do romance.

c) Quando você irá __ Roma?

d) Fui __ Lisboa de meus avós no ano passado.

e) Vou __ Brasília quase todo fim de semana.

f) Refiro-me __ Roma antiga, na qual viveu César.

g) Refiro-me ___ atitudes dos pais que levam as crianças ___ rebeldia e ___ uma fuga da realidade.

h) Os interessados em adotar crianças têm de recorrer ___ orientações do Juizado de Menores e se sujeitar ___ uma espera muitas vezes longa, o que, apesar de tudo, não desanima ___ maioria.

i) Primeiro vou __ feira, depois vou ___ praça.

j) Não podemos fazer referências __queles casos, mas __ um caso específico..

k) João deu __ rosa __ namorada.

l) Aquele trabalho não seria útil __ ela.

m) Essa lei se aplica __ pessoas de índole violenta.

n) As séries __ que assisti hoje __ tarde me deixaram com sono.

o) Felipe entregou __ chave da loja __quele senhor que estava esperando.

p) As mães estavam __ procura dos filhos.

q) O atendimento __ pessoa humilde deve ser prioridade.

r) Essas informações são iguais __ que recebemos ontem __ tarde.

s) Ganhei uma caneta igual __ sua.

t) Essa construção obedece __ especificações da prefeitura.

u) O remédio deve ser ingerido gota __ gota.

v) Ele não assistiu __ essa operação, mas __quela outra.

w) Tudo correu __ mil maravilhas.

x) Caminhamos rente __ parede.

y) José não costuma ir __ festas.

z) _ partir da próxima semana serão dadas novas instruções __ alunas de balé.

Acesse aqui o exercício corrigido.

*Este conteúdo está disponibilizado inteiramente de forma gratuita. Entretanto, caso queira ter este material para consultá-lo quando e onde quiser, ele está disponível aqui em forma de e-book pelo valor simbólico de R$ 5,99. Adquirindo esse e-book, além de ter à mão um conteúdo de qualidade a hora que precisar, você ainda contribui com a nossa missão de levar conteúdo gratuito de língua portuguesa para todos.  


Crase sem firulas (exercício corrigido)

Vamos agora ao exercício corrigido:

a) O diretor dirigiu-se à (ou a) sua sala e começou a falar a todos os presentes.

b) João sentou-se à máquina e pôs-se a reescrever uma a uma as páginas do romance.

c) Quando você irá a Roma?

d) Fui à Lisboa de meus avós no ano passado. (Voltei da Lisboa de meus avós...)

e) Vou a Brasília quase todo fim de semana.

f) Refiro-me à Roma antiga, na qual viveu César. (Voltei da Roma antiga...)

g) Refiro-me a (ou às) atitudes dos pais que levam as crianças à rebeldia e a uma fuga da realidade.

h) Os interessados em adotar crianças têm de recorrer às orientações do Juizado de Menores e se sujeitar a uma espera muitas vezes longa, o que, apesar de tudo, não desanima a maioria.

i) Primeiro vou à feira, depois vou à praça.

j) Não podemos fazer referências àqueles casos, mas a um caso específico.

k) João deu a rosa à namorada.

l) Aquele trabalho não seria útil a ela.

m) Essa lei se aplica a (ou às) pessoas de índole violenta.

n) As séries a que assisti hoje à tarde me deixaram com sono.

o) Felipe entregou a chave da loja àquele senhor que estava esperando.

p) As mães estavam à procura dos filhos.

q) O atendimento à pessoa humilde deve ser prioridade.

r) Essas informações são iguais à que recebemos ontem à tarde.

s) Ganhei uma caneta igual à sua.

t) Essa construção obedece a especificações da prefeitura.

u) O remédio deve ser ingerido gota a gota.

v) Ele não assistiu a essa operação, mas àquela outra.

w) Tudo correu às mil maravilhas.

x) Caminhamos rente à parede.

y) José não costuma ir a festas.

z) A partir da próxima semana serão dadas novas instruções às alunas de balé. 

Espero que tenha acertado todas as questões. Mas, caso tenha errado alguma e ainda permaneça com dúvida, deixe nos comentários.


*Este conteúdo está disponibilizado inteiramente de forma gratuita. Entretanto, caso queira ter este material para consultá-lo quando e onde quiser, ele está disponível aqui em forma de e-book pelo valor simbólico de R$ 5,99. Adquirindo esse e-book, além de ter à mão um conteúdo de qualidade a hora que precisar, você ainda contribui com a nossa missão de levar conteúdo gratuito de língua portuguesa para todos.  


Crase sem firulas (parte 4)

Alguns usos da crase são proibidos e ocorrem por desconhecimento da regra básica. Mas você não cairá nessa pegadinha porque já sabe que a crase só ocorre quando existem dois elementos: a preposição A (pedida pela palavra anterior) + o artigo feminino A (aceito pela palavra posterior). Cientes disso, veremos que é impossível haver crase antes de: 

a) Verbo (verbos são considerados palavras de gêneros masculino).

b) Palavra masculina (logicamente, pois pedem o artigo masculino O e não o feminino A).

c) Palavras repetidas (porque aqui só temos a preposição A: cara a cara, peito a peito).

d) Pronomes de tratamento (exceções: dona, madame, senhora e senhorita, porque podem ou não vir precedidos de artigo: dona Maria ou A dona Maria, senhora Solange ou A senhora Solange).

e) Pronomes indefinidos (porque não admitem o artigo A: nenhum, nenhuma, algum, alguma).

f) Artigos indefinidos (logicamente, a crase pede o artigo definido A).

g) Pronomes demonstrativos esta(s), essa(s), isto, isso (porque não admitem artigo).

h) Pronomes relativos que, quem, cujo, cuja, cujos, cujas (porque não admitem artigo). 

Para finalizar, existe um caso de crase que podemos chamar de “especial”: com nomes de lugar (cidade, estado, país, continente, planeta), a crase ocorre quando a palavra admite o artigo A:

Vou a Roma (sem crase porque Roma não admite artigo).

Fui à Bahia (com crase porque a Bahia pede artigo).

Cheguei a São Paulo (sem crase porque a cidade de São Paulo não admite artigo).

Dica: na dúvida, construa a frase usando o verbo “voltar”. Se o resultado for "da", existe crase:

Voltei de Roma.

Voltei da Bahia.

Voltei de São Paulo.

Aproveito para esclarecer que a cidade do Recife é antecedida do artigo masculino O:

Fui ao Recife (e não fui a Recife).

Sou do Recife (e não Sou de Recife).

Vim do Recife (e não vim de Recife).

Eu amo o Recife (e não Eu amo Recife). 


Aqui terminamos o assunto de crase. 

Acesse aqui o exercício de fixação.

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quarta-feira, 3 de junho de 2020

Crase sem firulas (parte 3)

Agora vamos falar do uso facultativo da crase, que ocorre quando o emprego do artigo antes da palavra que vem depois da preposição A é opcional.

É facultativo o uso da crase:

1. Antes de pronomes possessivos femininos (minha, tua, nossa) 

A menina deve satisfação à sua mãe (ou a sua mãe).

Amanhã eu irei à tua casa (ou a tua casa) 

Note que podemos usar o possessivo feminino com ou sem artigo definido: 

Sua mãe é aquela ou A sua mãe é aquela.

Minha filha gosta de tomate ou A minha filha gosta de tomate.

Tua casa é bonita ou A tua casa é bonita.  

Sendo o artigo feminino facultativo, logicamente a fusão de A + A também será, uma vez que teremos obrigatoriamente a preposição A pedida pelo nome anterior, mas não teremos a obrigatoriedade do artigo antes do nome posterior.  

2. Antes de nomes próprios femininos: 

Eu fiz um favor à Mariana ou Eu fiz um favor a Mariana.

Dei um presente à Carla ou Dei um presente a Carla. 

Lembre-se, porém, de que o uso de artigo antes de nomes próprios é uma forma coloquial usada sobretudo no Sul e no Sudeste do Brasil. Na linguagem do dia a dia, podemos dizer frases como: 

A Carla está feliz ou Carla está feliz.

A Mariana gosta de mim ou Mariana gosta de mim.

O Raimundo chegou ou Raimundo chegou. 

No entanto, segundo a gramática, na língua culta, não se emprega artigo antes de nomes próprios.   

3. Com a palavra até quando depois dela houver uma palavra feminina que admita artigo: 

Os meninos foram até à praça da Liberdade ou Os meninos foram até a praça da Liberdade.


Leia aqui a quarta parte deste assunto.


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terça-feira, 2 de junho de 2020

Crase sem firulas (parte 2)

Na postagem anterior, dissemos que a crase é a fusão da preposição A com o artigo feminino A. Essa fusão é marcada pelo uso do acento grave: À. Isso quer dizer que a crase é empregada somente diante de palavras femininas. 

Lembre-se: crase não é acento, é fusão (A + A), marcada pelo acento grave. 

Na dúvida, substitua a palavra feminina por uma masculina. Se na substituição o A virar AO, haverá crase. A palavra masculina não precisa ser sinônima da feminina, mas deve fazer sentido na frase. 

Além desse caso, a crase é utilizada: 

1. Antes de locuções indicativas de horas: 

Sairemos às duas horas. 

O torneio terá início às 15 horas. 

Mas atenção: quando as horas forem antecedidas das preposições para, desde e até, não haverá crase, pois estará quebrada a regra preposição A + artigo feminino A: 

Desde as 16h eu espero pelo atendimento. 

O jantar foi marcado para as 20h. 

Marcos disse que chegará até as 9h.

2. Antes de locuções adverbiais femininas que expressam ideia de tempo, lugar e modo: 

Às vezes eu vou ao teatro. 

Maria finalizou o trabalho às pressas. 

Eu não iria a um encontro às escuras. 

3. Com a expressão “à moda de” ou “à maneira de”, implícita na frase, ocorre crase mesmo antes de palavra masculina: 

Meu professor cantou uma música à Roberto Carlos (à moda de, ao estilo de). 

Carlos fez um gol à Pele (à moda de Pelé, como Pelé faz).

Claudia fez um bife à Camões (à moda de Camões). 

Mas atenção: Maria fez um bife a cavalo (sem crase, porque não é “à moda do” cavalo). 

4. Quando houver palavra oculta ou subentendida:

Vou primeiro à Praça da Águia e depois à da Liberdade.

* A palavra "praça" está subentendida antes da expressão "da Liberdade".

Refiro-me à garota de rosa, não à de branco.

* A palavra "garota" está subentendida antes da expressão "de branco".

5. Com o pronome relativo a qual (as quais), pois ele aceita artigo:

Estas são as pessoas às quais falarei hoje à noite.

Aquela é a senhora à qual me referi na semana passada. 


Leia a terceira parte deste assunto clicando aqui.

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segunda-feira, 1 de junho de 2020

Crase sem firulas (parte 1)

Quando eu digo que aprender o uso da crase é mamão com mel, ninguém acredita. Pois é. A crase, como o próprio nome diz, é uma fusão. E em língua portuguesa essa fusão ocorre da junção da preposição A com o artigo feminino A (se e somente se A), singular e plural. Esse primeiro A é solicitado por alguma palavra que vem antes, enquanto o segundo A antecede a palavra que virá depois.

A + A = À

Trocando em miúdos, para haver crase, precisamos de dois A. Caso os dois não apareçam, esqueça.

Quer ver como é fácil?   

Entreguei uma encomenda à menina.

Crase em à menina porque:

a) Quem entrega, entrega A (o primeiro A é solicitado pelo verbo entregar).

b) Entreguei... A A menina (o substantivo menina vem precedido do artigo A).

c) Se existem dois A, ocorre a fusão: À. 

Precisamos obedecer à Constituição brasileira.

Crase em à Constituição porque:

a) Quem obedece, obedece A (o primeiro A é solicitado pelo verbo obedecer);

b) Obedece A A Constituição.

c) Se existem dois A, ocorre a fusão: À. 

Esta é uma dica preciosa: para saber se existe crase, substitua a palavra feminina por uma masculina (quando couber). Se der AO no masculino, é porque existe crase no feminino.  Veja:

Entreguei uma encomenda à menina (ao menino).

Precisamos obedecer à lei (ao regulamento). 

Nesse caso, há crase porque temos a preposição A (pedida pelos verbos entregar e obedecer) e o artigo feminino A (que antecede os nomes menina e lei).

Ao trocarmos as palavras femininas por masculinas, temos AO. Portanto, há crase.

Esta é a fórmula básica da crase (A + A = À). Dominando-a, você acerta quase tudo.


Leia a segunda parte deste assunto clicando aqui.


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Nova ortografia sem firulas (parte 4)

 USO DE INICIAIS MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS Este é um assunto aparentemente simples, mas que requer atenção, pois sistematiza o uso de letras m...