NOVAS REGRAS DE USO DO HÍFEN COM NOMES COMPOSTOS
Este assunto requer muita atenção, pelos detalhes envolvidos. Por isso, sugiro que leia e releia até compreender as regras.
Regra número 1
Formas como “afro-”, “anglo-”, “euro-”, “franco-”, “indo-”, “luso-” e “sino-”, quando não entram na composição de adjetivos pátrios (como em afro-brasileiro, anglo-saxão, euro-asiático), dispensam o hífen.
Exemplos: afrodescendente, anglofalante, eurodeputado, francolatria, lusófono.
Regra número 2
Não se usa o hífen em palavras que perderam a noção de composição, como girassol, madressilva, malmequer, mandachuva, paraquedas, paraquedista e pontapé.
Observação 1: Dos compostos com a forma verbal "para", só "paraquedas", "paraquedista", "paraquedismo" e "paraquedístico" perderam o hífen. Os demais mantiveram: para-brisa, para-choque, para-lama, para-raios, etc.
Observação 2: Dos compostos com a forma verbal "manda", só "mandachuva" perdeu o hífen. Os demais mantiveram: manda-lua, manda-tudo, etc.
Observação 3: Escreve-se “malmequer”, sem hífen, mas “bem-me-quer”, com hífen. Acha incoerente? Então tente escrever “bem-me-quer” junto: “bemequer”. Estranho, não? Muda até a pronúncia!
Resumindo: GIRASSOL, MADRESSILVA, MALMEQUER, MANDACHUVA, PARAQUEDAS, PARAQUEDISTA, PONTAPÉ = SEM HÍFEN.
Regra número 3
O hífen continua a ser usado nas palavras compostas cujos elementos são substantivo, adjetivo, numeral ou verbo.
Exemplos: ano-luz, tenente-coronel, tio-avô, boa-fé, curto-circuito, guarda-noturno, luso-brasileiro, má-fé, mato-grossense, norte-americano, porto-alegrense, sul-americano, primeiro-ministro, primeiro-sargento, segunda-feira, conta-gotas, guarda-chuva, porta-aviões, porta-retratos.
No entanto, se houver um elemento de ligação entre os termos, o hífen deixa de ser usado.
Exemplos: à toa (adjetivo e advérbio), corpo a corpo (substantivo e advérbio), dia a dia (substantivo e advérbio), passo a passo (substantivo e advérbio), arco e flecha, general de divisão, lua de mel, mão de obra, pé de moleque, ponto e vírgula, não me toques (melindres) um disse me disse, um deus nos acuda, um maria vai com as outras, um pega pra capar (confusão).
Exceções: água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia (as economias de uma pessoa), ao deus-dará, à queima-roupa e os compostos entre cujos elementos há apóstrofo, como cobra-d’água, caixa-d’água, mestre-d’armas, mãe-d’água e olho-d’água.
Resumindo: PALAVRAS COMPOSTAS POR SUBSTANTIVO, ADJETIVO, NUMERAL OU VERBO = COM HÍFEN.
Regra número 4
Nos nomes de espécies botânicas e zoológicas, emprega-se o hífen sempre, mesmo que haja entre os termos um elemento de ligação.
Exemplos: abóbora-menina, andorinha-do-mar, bem-te-vi, coco-da-baía, dente-de-leão, feijão-carioca, feijão-verde, joão-de-barro, limão-taiti, mamão-havaí, não-me-toques (planta).
Resumindo: NOMES DE ESPÉCIES BOTÂNICAS E ZOOLÓGICAS = SEMPRE COM HÍFEN.
Regra número 5
Grafam-se com hífen os topônimos (nomes próprios geográficos) que tenham grã, grão, verbo ou os segmentos cujos elementos estejam ligados por artigo.
Exemplos: Grã-Bretanha, Grão-Pará, Abre-Campo, Passa-Quatro, Quebra-Costas, Quebra-Dentes, Traga-Mouro, Trinca-Fortes, Baía de Todos-os-Santos, Entre-os-Rios, Montemor-o-Novo, Trás-os-Montes.
Observação: Os demais topônimos se escrevem sem hífen: América do Sul, Belo Horizonte, Cabo Verde, Castelo Branco, Freixo de Espada à Cinta, etc. Exceção: Guiné-Bissau.
Resumindo: TOPÔNIMOS COM GRÃ, GRÃO, VERBO OU COM OS SEGMENTOS LIGADOS POR ARTIGO = SEMPRE COM HÍFEN.
Regra número 6
Escrevem-se com hífen os adjetivos pátrios derivados de topônimos compostos, inclusive os que contêm elemento de ligação.
Exemplos: belo-horizontino, cruzeirense-do-sul, florentino-do-piauí, mato-grossense, mato-grossense-do-sul, santa-cruzense.
Resumindo: ADJETIVOS PÁTRIOS DERIVADOS DE TOPÔNIMOS COMPOSTOS, INCLUSIVE OS QUE CONTÊM ELEMENTO DE LIGAÇÃO = SEMPRE COM HÍFEN.
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